Que me lembre, fui pela primeira vez a uma consulta de nutrição teria uns 12/13 anos. Fui não porque eu queria, mas porque me mandaram. O médico de família, pessoa bastante anafadinha por sinal (já morreu, RIP). A verdade é que ninguém me perguntou se eu queria ir...
Na altura não entendia muito bem o que lá ia fazer. Lembro-me que me pesavam, mediam e mandavam comer por rações. 100 gramas disto, 200 daquilo... e por aí fora. Isto quando se tem aquela idade e nos é imposto não faz muito sentido, mas... o pessoal faz.
Os anos passam e a receita é sempre a mesma! Uma dose disto, outra daquilo, uma porção disto, meia daquilo, nenhuma disto...
Recordo-me também de pensar nas pessoas que me atendiam nas consultas. Umas muito gordas outras muito magras. Se eram gordas porque não faziam dieta, e as muito magras, o que entendiam de ser gordo?
A maneira como se dirigem aos gordos também é digno de referência, nomeadamente quando se tem apenas 13 anos ou menos. Ninguém precisa que se lhe diga "és gordo". Alguém diz a um feio "és feio"?
Numa consulta uma vez perguntaram-me "quantas batatas come a uma refeição?".
Como não sabia o que responder disse "como 10 das grandes!"
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aqui estão só 5... |
Faz sentido mandar alguém comer racionado quando não se entende o porquê das coisas?
Só mais tarde, muito mais tarde (20 anos depois) e porque eu quis, e porque entendi a necessidade disso para mim, é que entendi a razão de fazer dieta. Nessa altura perdi 70 quilos. Hoje entendo, e penso que falta essa sensibilidade a quem está nos gabinetes a receitar 100 gramas disto, 200 daquilo, que uma dieta não se faz porque nos é imposta. Ela só resulta quando nós queremos mesmo que resulte. E venha quem vier...
Mas será que todos querem ser magros?
Beijinhos, Graciete
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